Eu vou pro Crato
(Luiz Gonzaga)
Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade
Eu vou pro Crato
Tomar banho na nascente
Na subida do Lameiro
Tomo estrago de aguardente
Eu vou pro Crato
Comer arroz com pequi
Feijão com rapadura
Farinha do Cariri
Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade
Eu vou pro Crato
Pois a coisa melhorou
A luz de Paulo Afonso
O Cariri valorizou
Eu vou pro Crato
Já não fico mais aqui
Cratinho de açucar
Coração do Cariri
FECON 2014
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Galeria de imagens e Vídeos
Imagens do município do Crato.
*Vídeo com imagens do Crato no ano de 1968.
**Música "Eu vou pro Crato" de Luiz Gonzaga.
*Vídeo com imagens do Crato no ano de 1968.
**Música "Eu vou pro Crato" de Luiz Gonzaga.
O Projeto
O projeto "Acontecimentos históricos do município do Crato-CE" faz parte da 8ª FECON- Feira de Conhecimento da E.E.F Estado da Paraíba.
A feira homenageia os 250 anos de emancipação política da cidade através da realização de projetos de pesquisa com temas que abordam a história, a política, os avanços e a cultura local.
Os alunos do 8 ano A do ensino fundamental da escola realizaram a pesquisa sob orientação dos professores Franklin Lacerda (artes) e Robson Luna (matemática) e foram provocados a refletir sobre as responsabilidades que envolvem a produção de conhecimento no mundo contemporâneo e a sustentabilidade.
A partir destas reflexões foi decidido a utilização do ambiente virtual para a "hospedagem" do material produzido, visando uma maior abrangência, uma vez que o conteúdo estará disponível tanto para os presentes no evento como para consultas futuras.
Durante a reflexão sobre como seria o descarte dos materiais produzidos para o evento ficou decidido que a escolha por esse modelo de exibição passa também pela questão da sustentabilidade, mostrando uma preocupação da turma com questões ambientais.
O conteúdo apresentado aqui faz referência ao processo de povoamento do município; às Missões colonizadoras; Emancipação política e a participação efetiva de Bárbara de Alencar; a importância do Seminário São José e a figuras religiosas como o Padre Cícero e o Beato José Lourenço, assim como aspectos referentes a cultura local.
Cariri Indígena
Os Índios Kariris
Cariri é a designação da principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste do Brasil.
Vários grupos locais ou etnias foram ou são referidos como pertencentes
ou relacionados a ela. Na literatura especializada, existe uma larga
discussão sobre os pertencimentos dos grupos indígenas do sertão à
família cariri ou a outras famílias como a tarairiu. Além dessas, existem várias línguas isoladas na região (yathê, xukuru, pankararu,proká, xokó, natu etc.) Historicamente, os grupos indígenas da região aparecem denominados de modo genérico como tapuias, podendo ser vinculados ao tronco linguístico macro-jê.
*Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé,
Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri.
Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús -
Ceará, em junho de 2007.
Família linguística
Apesar de comprovadamente presente em todo o semiárido nordestino,
apenas quatro das línguas cariris chegaram a ser minimamente descritas,
todas elas da região ao sul do rio São Francisco: o dzubukuá, falado por grupos no arco do submédio São Francisco (entre o que é hoje Petrolina e Paulo Afonso; o kipea, falado por índios que se tornaram conhecidos como quiriris (ou Kiriri) principalmente na bacia do Itapicuru, Bahia; e o camuru (ou cariri) e o Sapuiá, de duas aldeias próximas na região de Pedra Branca (bacia do Paraguaçu), também na Bahia.
Os Sertões dos cariris
Toda a região marcada pela presença dos cariris e pela Guerra dos Bárbaros tem isto hoje muito distintivamente assinalado em sua toponímia, no extenso arco de serras dos Cariris Velhos e dos Cariris novos, respectivamente nas divisas entre Paraíba e Pernambuco e entre Paraíba e Ceará; na região do Cariri, a sudoeste de Campina Grande (também uma antiga missão de índios), na Paraíba, e, famosamente, no Vale do Cariri, que ocupa toda a bacia do Alto Jaguaribe, no sul do Ceará.
Kariris atuais
Vários grupos indígenas contemporâneos no Nordeste reivindicam
ascendência dos cariris históricos. Entre eles, podemos citar: os Kiriri, kaimbé, tumbalalá e pataxó-hã-hã-hãe, da Bahia; os kariri-xokó, karapotó, tingui-botó, aconã, wassu-cocal e xukuru-kariri, de Alagoas; os truká, pankará e atikum, de Pernambuco; e os Kariri, do Ceará e Piauí.
Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto: O som que veio da roça e dos Cariris.
José
Lourenço da Silva, índio Cariri do Ceará, possuía a alcunha de Aniceto e
conhecia o Pife havia tempos. Fundou a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto
ainda no século XIX.
Foi
ouvindo o pai tocar que os filhos aprenderam. Raimundo, Antônio José,
João José, Benedito e Cícero tocam adiante hoje a banda. (Cabaçal é
sinônimo de banda de Pife naquela região do país).
Os
integrantes levam a tradição familiar adiante e ensinam os parentes
próximos. Segundo o filho Raimundo, já tem gente da quarta geração da
banda tocando. Recentemente criaram a banda-mirim, com as crianças que
já demonstram incrível talento.
Raimundo
fabrica os instrumentos do grupo, que já tocou no exterior apresentando
a cultura do Pife. As apresentações do grupo incluem danças incríveis,
com agilidade impressionante, apesar da idade avançada de alguns dos
integrantes.
O
jornalista Pablo Assumpção escreveu um livro chamado “Anicete – quando
os índios dançam” que diz que a banda reúne “atores que desempenham uma
performance única e que mescla o passo matreiro e intuitivo de cada um
com modos ancestrais de dançar e imitar animais, aprendidos com as
gerações indígenas da família. É essa performance que evolui em danças e
trejeitos bem particulares que os diferencia de qualquer outra banda.
Uma espécie de ritual secular que apresenta a força das coisas inéditas”.
Homem simples da roça, seu Raimundo deu entrevista à página virtual Overmundo Aqui estão alguns trechos:
“Foi meu pai quem me ensinou como os índios dança. Meu pai ensinou o Corta Tesoura, o Pula Cobra, o Trancelim…
A
gente toca pra tudo, a gente toca pra igreja, a gente toca em
procissão, nós temos nove noites de novena, em capela a gente toca, em
renovação, toca em casamento, pra batizado, aniversário… Nós toca pra
tudo, até pra quem já morreu…
Rapaz, eu tenho um comerciozinho,
é fraquinho, é só comércio de farinha e goma. Tá fraco, não tem mais
comércio não, tá fraquinho. Cinco horas da manhã eu tô armando a
barraquinha na feira, fico até cinco horas da tarde, é o dia todim…
A música não sustenta não. A
gente ama a música que a gente aprendeu, mas pra viver não dá não. A
maior força da gente é a roça, a cultura. Os cachê é pouquinho, não dá
pra sobreviver não. Um cachê da banda vai todim. A roça é a maior força
da gente…
A roça era na terra dos outros. Nós não tem terra não. Nós pega um pedacinho de terra e planta na terra dos outros.Mas
trabalhar na terra dos outros é fraco, viu? Porque a gente não tem
condições de comprar um pedacinho de terra pra trabalhar, aí é o jeito
trabalhar na terra dos outros”.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Caldeirão da Santa Cruz do Deserto
O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto foi um dos movimentos messiânicos que surgiu nas terras no Crato, Ceará. A comunidade era liderada pelo paraibano de Pilões de Dentro, José Lourenço Gomes da Silva, mais conhecido por beato José Lourenço.
No Caldeirão, os romeiros e imigrantes trabalhavam todos em favor da comunidade e recebiam uma quota da produção. A comunidade era pautada no trabalho, na igualdade e na Religião.
Robert Mateus era da família de latifundiários do sertão da Paraíba. Decidiu migrar para Juazeiro do Norte, onde conheceu Padre Cícero e ganhou sua simpatia e confiança. Em Juazeiro conseguiu arrendar um lote de terra no sitio Baixa Dantas, no município do Crato. Com bastante esforço de José Lourenço e os demais romeiros, em pouco tempo a terra prosperou, e eles produziram bastante cereais e frutas. Diferente das fazendas vizinhas, na comunidade toda a produção era dividida igualmente.
José Lourenço tornou-se líder daquele povoado, e se dedicou à religião, à caridade e a servir ao próximo. Mesmo analfabeto, era ele quem dividia as tarefas e ensinava agricultura e medicina popular. Para o sítio Baixa Dantas eram enviados, por Padre Cícero, assassinos, ladrões e miseráveis, enfim, pessoas que precisavam de ajuda para trabalhar e obter sua fé. Após o surgimento da Sedição de Juazeiro, da qual José Lourenço não participou, suas terras foram invadidas por jagunços. Com o fim da revolta, José Lourenço e seus seguidores reconstruiram o povoado.
Em 1921, Delmiro Gouveia presenteou Padre Cícero com um boi, chamado Mansinho, e o entregou aos cuidados de José Lourenço. Os inimigos de Padre Cícero, se aproveitaram disso espalhando boatos de que as pessoas estariam adorando o boi como a um Deus. Por conta disso, o boi foi morto e José Lourenço foi preso a mando de Floro Bartolomeu, tendo sido solto por influência de Padre Cícero alguns dias depois.
Caldeirão da Santa Cruz do Deserto
Em 1926, o sítio Baixa Dantas foi vendido e o novo proprietário exigiu que os membros da comunidade saíssem das terras. Com isso, Padre Cícero resolveu alojar o beato e os romeiros em uma grande fazenda denominada Caldeirão dos Jesuítas, situada no Crato, onde recomeçaram o trabalho comunitário, criando uma sociedade igualitária que tinha como base a religião. Toda a produção do Caldeirão era dividida igualmente, o excedente era vendido e, com o lucro, investia-se em remédios e querosene.
No Caldeirão cada família tinha sua casa e órfãos eram afilhados do beato. Na fazenda também havia um cemitério e uma igreja, construídos pelos próprios membros. A comunidade chegou a ter mais de mil habitantes. Com a grande seca de 1932, esse número aumentou, pois lá chegaram muitos flagelados. Após a morte de Padre Cícero, muitos nordestinos passaram a considerar o beato José Lourenço como seu sucessor.
Devido a muitos grupos de pessoas começarem a ir para o Caldeirão e deixarem seus trabalhos árduos, pois viam aquela sociedade como um paraíso, os poderosos, a classe dominante, começaram a temer aquilo que consideravam ser uma má influência.
Massacre
Em 1937, sem a proteção de Padre Cícero, que falecera em 1934, a fazenda foi invadida e destruída por grandes latifundiários e pelas forças do governo de Getúlio Vargas, que acusavam a comunidade de comunismo. Os sertanejos sobreviventes dividiram-se, ressurgindo novamente pela mata em uma nova comunidade, a qual em 11 de maio foi invadida novamente, mas dessa vez por terra e pelo ar, quando aconteceu um grande massacre, com o número oficial de 400 mortos (outras estimativas, no entanto, chegam a mais de mil pessoas mortas). Os familiares e descendentes dos mortos nunca souberam onde encontra-se os corpos, pois o Exército Brasileiro e a Polícia Militar do Ceará nunca informaram o local da vala comum na qual os seguidores do Beato foram enterrados. Presume-se que a vala coletiva encontra-se no Caldeirão ou na Mata dos Cavalos, na Serra do Cruzeiro (região do Cariri).
José Lourenço fugiu para Pernambuco, onde morreu aos 74 anos, de peste bubônica, tendo sido levado por uma multidão para Juazeiro, onde foi enterrado no cemitério do Socorro.
O Caldeirão hoje
Da época da Irmandade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, existem ainda a capela branca, que tem como padroeiro Santo Inácio de Loyola, ao lado da ermida, duas casas, um muro de laje de um velho cemitério, um cruzeiro e no alto as ruínas da residência do beato José Lourenço.
Atualmente, 47 famílias revivem o sonho coletivo de produção idealizado por José Lourenço, num sítio denominado Assentamento 10 de Abril, a 37 km do centro do Crato. No local encontram-se 47 casas, sendo que 44 de alvenaria e uma escola, porém sem ostentar a grandeza atingida pelo então Caldeirão do beato José Lourenço.
As famílias residentes mantém uma horticultura orgânica (couve, coentro, macaxeira, alface, pimentão e espinafre estão entre as hortaliças cultivadas) e uma lavoura para auto-abastecimento. Parte dos homens também mantém um produtivo apiário, que contribui para os rendimentos do grupo.
A ONG SOS Direitos Humanos entrou com uma ação civil pública no ano de 2008 na Justiça Federal do Ceará, contra o Governo Federal do Brasil e Governo do Estado do Ceará, requerendo que o Exército Brasileiro:
- a) torne público o local da vala comum,
- b) realize a exumação dos corpos,
- c) identifique as vítimas via exames de DNA,
- d) enterre os restos mortais de forma digna,
- e) indenize no valor de R$ 500 mil, todos os familiares das vítimas e os remanescentes,
- f) inclua na história oficial, à título pedagógico, a história do massacre/ chacina/ genocídio do Sítio da Santa Cruz do Deserto, ou Sítio Caldeirão.
A pedido do Ministério Público Federal da cidade de Juazeiro do Norte, a ação foi extinta sem julgamento de mérito pelo juiz da 16ª Vara Federal de Juazeiro do Norte. A ONG SOS DIREITOS HUMANOS, inconformada com a decisão, recorreu ao egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região em Recife Pernambuco, requerendo que a ação seja julgada o mérito porque o crime cometido contra a comunidade do Sítio Caldeirão é de lesa humanidade, e portanto, imprescritível.
A ONG "SOS DIREITOS HUMANOS" no ano de 2009, denunciou o Brasil à OEA - Organização dos Estados Americanos, por crime de desaparecimento forçado de pessoas e para que seja obrigada a informar a localização da vala comum com as 1000 vítimas do Sítio Caldeirão. A entidade considera o sítio Caldeirão como o Araguaia do Ceará, uma vez que os militares mataram 1000 pessoas e após, enterraram em vala comum em lugar desconhecido da mata dos cavalos, em cima da Chapada do Araripe. A ONG está pedindo auxílio à entidades internacionais para que a vala comum seja encontrada, bem como, de geólogos, geofísicos e arqueológos para identificar a localização da vala comum.
Em 1986 o cineasta Rosemberg Cariry, realizou um documentário rico em depoimentos de sobreviventes do massacre. Caldeirão é um movimento considerado como uma outra Guerra de canudos.
A Cia. do Tijolo, grupo artístico, apresenta ainda (2010) espetáculo que conta a história do Caldeirão, e exalta também Patativa do Assaré poeta nascido no nordeste brasileiro.
O Padre Cícero
Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844 - Juazeiro do Norte, 20 de julho de 1934) foi um sacerdote católico brasileiro. Na devoção popular, é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço. Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará bem como do Nordeste.
Em março de 2001, foi escolhido "O Cearense do Século" em votação promovida pela TV Verdes Mares em parceria com a Rede Globo de televisão.
Em julho de 2012, foi eleito um dos "100 maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado pelo SBT com a BBC.
Biografia
Proprietário de terras, de gado e de diversos imóveis, Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri. Sempre teve o médico Floro Bartolomeu como o seu braço direito, e integrava o sistema político cearense que ficou sob o controle da família Accioli durante mais de 2 décadas.
Nascido no interior do Ceará, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, conhecida como dona Quinô. Ainda aos 6 anos, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.
Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade feito aos 12 anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales.
Em 1860, foi matriculado no colégio do renomado padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras na Paraíba. Aí pouco demorou, pois a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera em 1862, o obrigou a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha, em fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno.
A Ordenação.
Durante o período em que esteve no seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência.
Cícero foi ordenado padre no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação retornou ao Crato e, enquanto o bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.
A China invadiu o Cariri
Na meca do Cariri, um chinês faz milagres vendendo imagens do Padre Cícero confeccionadas lá na China. O negócio dele tem prosperado tanto que, só na primeira investida há dois anos, ele faturou uma média de R$ 450 mil com esse comércio.
A história começou quando Jony Wang Kai, descobriu a potencialidade econômica da terra do ‘padim Ciço’ e teve o que o pessoal de publicidade chama de ‘insight’.
O mais interessante é que não se trata de uma simples imagem do santo nordestino e que é reverenciado nas romarias por uma média de 2,5 milhões de fiéis. O padre Ciço chinês é uma estatueta com dispositivo eletrônico que canta o bendito da mãe das Candeias, o famoso entre os romeiros de todo o Nordeste.
“Em pouco tempo, 160 mil estatuetas do Padim Ciço saíram da China em ‘containers’ e em direção ao porto de Pecém, 60 quilômetros de Fortaleza, e fazem a festa dos comerciantes de Juazeiro do Norte e de todos os romeiros que buscam as bênçãos e graças do Padim”.
Em reportagem da revista Dinheiro, Jony explicou que registrou a reza durante uma romaria e levou a gravação para a China. A idéia de vender estatuetas com chip ocorreu por acaso, na época em que o comerciante chinês, hoje com 36 anos, preparava o trabalho de conclusão do curso de administração em Fortaleza.
Citado no livro do jornalista Lira Neto “Padre Cícero: poder, fé e guerra (Companhia das Letras), o empresário vende cada boneco por R$ 2,70, que são revendidos pelos comerciantes durante as romarias por R$ 4,20.
Seminário São José
A origem do Seminário São José começa pelo desejo do primeiro bispo do Ceará, Dom Luiz Antônio dos Santos (1861-1881), de fundar em Crato um educandário religioso. Para executar este sonho, Dom Luiz Antônio enviou em 1872 dois padres lazaristas, Guilherme e Antônio, que pregaram a necessidade deste projeto e recolheram donativos indispensáveis para a sua construção. Em agosto de 1874, Dom Luiz Antônio dos Santos autoriza o Pe. Enrile a iniciar a edificação do Seminário do Crato. A fim de acompanhar de perto os trabalhos o próprio Dom Luiz se desloca de Fortaleza e reside uma temporada em Crato. Em 7 de Março de 1875, ainda na fase de construção, o Bispo do Ceará colocou em funcionamento o Seminário São José, utilizando para tanto barracões de palha, enquanto se concluía a edificação do imponente edifício. Portanto a instalação do seminário se deu bem antes da criação da diocese do Crato, que só veio ocorrer 39 anos depois, em 20 de outubro de 1914. Ao longo de sua existência o Seminário São José foi fechado e reaberto várias vezes, devido ao fenômeno das secas, crises climáticas que assolaram o sertão nordestino.
Coube ao primeiro bispo de Crato, Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, fundar, em 1922, o Seminário Episcopal do Crato, já que, anteriormente, o seminário funcionou como um anexo do de Fortaleza. Criando o Seminário de Crato, Dom Quintino tornou-se o pioneiro do ensino superior, no interior do Ceará, porquanto, no recuado ano de 1922, o educandário da diocese cratense iniciava suas atividades com o Seminário Menor e o Seminário Maior, ou seja, com o curso preparatório e o Curso Teológico.
Situação atual do Seminário
A formação sacerdotal no Seminário São José de Crato é composta de três ciclos: o Ciclo Propedêutico, que funciona, em 2014, na cidade de Barbalha, e é feito em um ano, conta com 12 alunos; Na sede do Seminário São José funciona o Ciclo Filosófico, feito em três anos, contando com 25 seminaristas, e o Ciclo Teológico, feito em quatro anos, contando com 27 alunos, totalizando 64 seminaristas em 2014. Desses seminaristas, 15 são oriundos das Dioceses Petrolina e Salgueiro (ambas em Pernambuco) Diocese de Cajazeiras (PB) e Diocese de Iguatu (CE). Como se conclui o Seminário São José de Crato funciona como um centro regional de formação de novos sacerdotes católicos.
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